Caminhada nos Interstícios entre Monsanto e a Cidade - com Álvaro Fonseca e Francisco Pinheiro (22/04)

 
 Propomos uma caminhada pelas margens do parque florestal de Monsanto e alguns dos bairros circundantes, como a Liberdade e a Serafina. Com este percurso, queremos celebrar o património natural e o humano, dialogar com os interstícios da cidade, as diferentes camadas da realidade urbana, as transições entre o “cultural” e o “natural”. Caminhando do interior deste parque para as suas margens, estabelecer-se-ão relações entre o dentro e o fora, o centro e a periferia, e com elas convidamos a pensarmos juntos questões relacionadas com a vivência partilhada e a cidadania.

Com a formação das cidades e a passagem da cultura oral para a cultura escrita, o acto de caminhar passou a ser um momento de reflexão, quase como se o próprio movimento do andar ajudasse ao movimento do pensar, traduzido na expressão latina 'solvitur ambulando'. Podemos invocar a escola peripatética de Aristóteles ou os filósofos Plínio e Epicuro, que mudaram as suas escolas para as margens de Atenas, para poderem caminhar e pensar livres do ruído do gymnasium. Robert Moor, autor do livro 'On Trails: an exploration', vê o acto de caminhar como “uma práxis de utopismo discreto: oferece às pessoas uma desculpa para compartilhar recursos e conversar com estranhos por longos períodos de tempo. Oferece-nos também uma excelente janela para um lugar novo.

Ponto de partida (e regresso): CIM (14h30 - 17h00)
Percurso: circular, fácil.
Duração aproximada: 2h30
Trazer: roupa e calçado confortáveis; um snack e água.


Programa EARTHfest'2018: Percurso Pedestre
 
Público-Alvo: Crianças e Jovens (maiores de 8 anos), Adultos
 
Dia: domingo, 22 de Abril
 
Horário: 14h30 às 17h00

Ponto de encontro: CIM/ Casa do Guarda Florestal
 
Anfitriões: Álvaro Fonseca e Francisco Pinheiro
 
Nº mínimo e máximo de participantes: 3 a 15
 
Inscrição: Por e-mail, para pinheiro.fj@gmail.com.
 
Sobre os caminhantes:

Álvaro Fonseca (Lisboa, 1961) foi professor universitário e investigador na área das Ciências da Vida (Microbiologia) durante 28 anos, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Encontra-se presentemente numa jornada de reflexão e de procura de caminhos alternativos rumo a uma sociedade mais justa, solidária e sustentável, tendo vindo a criar ligações com pessoas de diversas áreas do saber, como a educação, a investigação artística e o activismo político. Acredita que pensadores, cientistas, artistas e outros cidadãos conscientes e motivados se devem envolver nessa jornada com o risco de termos pela frente um futuro muito sombrio e hostil. Tem desenvolvido acções de reflexão e partilha de conhecimento em escolas e em espaços públicos ou associativos. Escreve sobre temas diversos da contemporaneidade no blogue http://transicao_ou_disrupcao.blogs.sapo.pt/.
 
Francisco Pinheiro (Lisboa, 1981) é artista plástico e a sua prática situa-se entre o desenho, a escultura e o som. Caminhar tem sido parte da sua prática artística, investigando em torno de narrativas colectivas, paisagem e seu significado. Tem apresentado o seu trabalho em espaços como a Galeria 111 (Lisboa), o Instituto Camões (Lisboa) ou The Lab, em São Francisco (Califórnia). Tem criado projectos colaborativos através do West Coast, uma plataforma nómada de criação e debate em torno de culturas costeiras, ciência e ecologia. www.francisco-pinheiro.com.